terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O nosso "estado"


Senti vontade de escrever o que vai nos meus pensamentos...

Vi em notícia que Portugal é um dos países da Europa em que o ordenado ganho por hora nos vários sectores é o mais baixo.
Logo o modo de vida também, isto se tivermos em média o ordenado mínimo nacional, os tais 475€, dou-vos como exemplo o seguinte:
Um trabalhador que tire o ordenado mínimo nacional por mês não pode em tempo algum ter uma vida independente, falo de bens de primeira necessidade como, o aluguer de habitação (mínimo 400€ em sítios minúsculos e fora de Lisboa), a conta da luz (tiveram de aumentar o valor porque estamos a gastar menos devido às campanhas que fizeram durante o ano, a alertar a poupança energética), a água (aumentou porque à em demasia), o combustível (isto se alguma vez conseguir ter um carro, com aumento agora de valor devido ao uso de transportes públicos anunciado pelo estado de forma a diminuir os níveis de poluição, dizem que está muito frio e por isso vão ter de aumentar), o gás, comida, roupa (às vezes), etc...

Logo, a única forma que tem de sobreviver e ter alguma independência, é casando ou juntando-se, pois desta forma é mais um ordenado...

Depois, oiço o nosso Presidente a dizer que a população portuguesa está cada vez mais envelhecida e que prevêem a natalidade cada vez ser menor...
Que admiração, vários países desta Europa em que vivemos têm incentivos "verdadeiros" para que haja uma maior percentagem de natalidade nos respectivos, o nosso tem a desgraça do abono de família que nem para meia lata de leite em pó serve para comprar, e acho que 250€ no nascimento... ahahahah... A única forma de isto dar certo em Portugal é naturalizar tudo o que se mexa, pois é a única forma de nascerem maior número de "Portugueses" ou então que os bebés comecem a trabalhar para se conseguirem sustentar... doutra forma é impossível...

E depois vejo a notícia que Portugal é o país que mais apoios recebe da Comunidade Europeia, o que me deixa muito indignado pelo défice público que cada vez é maior... Logicamente que nesta situação, para mim é incompreensível... Defendo cada vez mais o que escrevi à uns artigos atrás e nem tiro uma vírgula...

Mas sim, vamos deixar tudo como está... Parece que está tudo bem... Espero é que hajam cada vez mais novelas na tv, para nos distrairmos da nossa miséria e fecharmos os olhos a ela...

É este o país em que vivemos, não se esqueçam de votar... É a única forma de manter esta palhaçada que se dá o nome de "política"...

Espero comentários Vossos, as Vossas opiniões...

O Centro Neutro

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Estado de uma Nação


Gostava de escrever algo que faça-vos comentar, queria saber mais opiniões em relação à politica que se faz em Portugal...
Em primeiro lugar acho que é descabido que numa sociedade dita democrata e participativa, que apenas se faça isso quando andam à procura de votos... Pois é o único momento em que na realidade existe uma ideia de Governo democrático.

Depois acho também que um Governo de curto prazo (4 anos com opção de mais 4), faz com que não se crie políticas de continuidade e estabilidade.
Acontece o que vimos, uns lançam para os outros as responsabilidades de mandato em mandato e algo que devia de ser feito na altura apropriada, fica para último caso (quando já não há outra solução, ex: a comissão contra a corrupção, criada recentemente para combater indícios de corrupção no nosso Governo, Ministérios e afins - não se enganem, apenas foi criado pela situação em que nos encontramos de corda ao pescoço... Pois à muito peixe graúdo envolvido nesses casos, como se pode ver com a bronca das contas do Ministério Público (cerca de 750 mil euros), mas não faz mal porque eles próprios dizem que têm tanto que nem sabem ao certo... Não entendo como estamos em crise...

Mais tarde, noutro mandato, será outro partido a lidar com isto... Não faz mal... desde que não sejamos nós nesse momento... Caso do endividamento que só se irá notar em 2013... Penso que nesse ano já lá não esteja o PS, e os outros é que irão levar por tabela.

Não existe um vínculo verdadeiro entre as pessoas que lá colocamos e o estado português, são mandatos de curto prazo em que no máximo dá responsabilidade a uma pessoa durante 8 anos e depois terminou.

Devia de haver uma política estável de 10, 15 anos... Algo de longo prazo... Algo que fizesse serem responsáveis pelos próprios actos que tomam.
Não nos podem exigir a nós essa responsabilidade (pagamentos de impostos atrás de impostos), quando eles próprios não a tomam (será que sou o único que vê isso???).

Algo tem que mudar e urgente, a própria Europa está farta de nos chamar à atenção disso mesmo.
Não vêm onde usamos as verbas que nos dão para a educação, para a agricultura, para apoio das pequenas e médias empresas, entre muitos outros... Ameaçando com o apertar de torneira (Ok, chegou a hora de agir)... lolololol
Agora fala-se em cortar verbas no Orçamento de Estado (lá se vão as aulas de mergulho, gorjetas de 100 euros, viagens pelo mundo fora e afins... Não se enganem... Não é aí que vão cortar... Quem tem de mudar as prioridades somos nós (+70% da população), pois quem tem não muda de estilo de vida).

Senti a necessidade de dizer isto, sei que não sou o único a pensar... Gostaria também de Vos ouvir, comentem...

O Centro Neutro

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cavaco Silva pressionado a enviar lei ao Tribunal Constitucional


O "fantasma" da inconstitucionalidade da lei do Governo sobre os casamentos pairou no debate de Sexta-feira. O Bloco de Esquerda, mais insistente, o CDS-PP, e o PSD, mais discretos, invocaram a violação da Constituição - o artigo 13.º, que garante o princípio da igualdade e determina que ninguém pode ser discriminado pela sua orientação sexual.
Uma forma de dar argumentos ao Presidente da República, Cavaco Silva, se quiser enviar o diploma para o tribunal Constitucional (TC). e as expectativas de deputados do PSD, CDS e até o PS apontam para aí, embora ninguém o diga abertamente.
Primeiro José Manuel Pureza, do Bloco, atacou os socialistas por introduzirem "mais uma discriminação": impedirem os homossexuais de se candidatarem à adopção, se forem casados.
Paulo Mota Pinto, deputado social-democrata, também registou as dúvidas constitucionais. Mais tarde, Aguiar-Branco, líder parlamentar do PSD, evitou dizer se espera que o Cavaco envie o diploma para o TC - "Não estabelecemos condicionamentos" -, mas admitiu "ter sérias reservas em sede constitucional".
No PS esse é um cenário admitido e foi analisado na reunião da direcção da bancada com José Sócrates, na quarta-feira.
No debate, o CDS, através de João Almeida, perguntou a Sócrates o que farão o PS e o Governo se vier a ser declarada a inconstitucionalidade da lei: "Deixa cair a lei? Convoca o referendo? Ou avança com a adopção sem mandato?" Ficou sem resposta.
Da Presidência da República, formalmente, nem uma só palavra sai sobre a lei - até porque não é hábito fazê-lo. A não ser lembrar declarações recentes em que Cavaco Silva confessa que havia problemas - como o desemprego ou a crise - que merecem a atenção. Essa observação levou depois um dirigente socialista, Sérgio Sousa Pinto, a dizer que o Presidente estaria a intrometer-se na agenda do Governo.
Colaboradores do Presidente da República lembraram ao jornal Público o enquadramento político do diploma: o PS tem a legitimidade política e eleitoral para apresentar a lei, aprovada por uma larga maioria na Assembleia da República.
Mas a mesma fonte lembra que o Presidente não está limitado nos seus poderes (veto, envio para o TC e promulgação). E que, antes, enviou leis aos juízes do Palácio Ratton face ao avolumar de dívidas constitucionais - a Lei das Finanças Locais, por exemplo.
Na bancada socialista, deputados favoráveis À adopção por casais homossexuais esperam a conclusão do processo legislativo (saber se há ou não inconstitucionalidade) para propor que o PS inicie um debate interno sobre o assunto.
Francisco Assis, líder parlamentar, já disse que não há "condições políticas" para o partido vir propor adopção nesta legislatura.
O assunto fica, assim, em aberto para as próximas eleições legislativas...

Caso para dizer: o próximo que se amanhe... lol...

Possivelmente esta votação não passou de mais um show-off do PS, que nos tem habituado a tantos outros ao longo destes anos... Vamos esquecer o projecto TGV, 3ª travessia do Tejo e por aí fora... Já dão previsões de aumento da dívida Portuguesa em 120%, mas isso já será com outro partido no poder, e nessa altura que se amanhem... Pois os dedos irão os apontar como os verdadeiros culpados da nossa triste futura situação e não o PS que tomou as atitudes...

É assim a política no nosso país, ao seu mais alto nível... concordo convosco, vamos votar e colocar mais tachos no poder... Não precisamos de mudar em nada a nossa sociedade discriminatório e irresponsável...
É o nosso país...

O Centro Neutro

Informação retirada do Jornal Público de 9 de Janeiro de 2010

Casamento gay - O "Sim"


Neste país em que vivemos, em que a descriminação anda de mão dada com todos nós...
Aparece a maior prova disso em plena Assembleia.

O "dia histórico" em que a Assembleia da República aprovou a proposta de legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo foi ensombrado pela permanência de mal-estar na bancada do PS e pelas interrogações em torno da eventual insconstitucionalidade sobre a exclusaõ da adopção.
Durante as votações, os socialistas Jão Soares e Catarina Marcelino surpreenderam a bancada do PS, votando favoravelmente os projectos de lei do BE e do PEV, que previam a adopção por casais homossexuais. Estes deputados juntaram-se assim aos casos de excepção à disciplina de voto imposta pelo secretário-geral do PS - Sérgio Sousa Pinto, Duarte Cordeiro e Jamila Madeira - e aos independentes Miguel Vale de Almeida, João Galamba e Inês de Medeiros.
A esquerda parlamentar (PS, BE, Verdes e PCP) venceu a votação, contra a reprovação das bancadas do PSD, do CDS (Teresa Caeiro, João Rebelo e Assunção Cristas apresentaram declarações de voto, justificando o voto contra a vinculação ao partido pela manutenção de uma "posição homogénea" do grupo) e das duas parlamentares independentes eleitas pelo PS, Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda. Sete deputados do PSD optaram pela abstenção e 12 socialistas, entre eles Marques Júnior e Jorge Strecht, vão entregar declarações de voto.
Este desagrado acentuou-se com a surpresa dos votos de João Soares e de Catarina Marcelino nos projectos do BE e do PEV. apenas Assis, encarregado por Sócrates de gerir este dossier, sabia. Ao jornal Público Soares afirmou que não pediu "nada a ninguém", limitando-se a votar "em inteira liberdade e em consonância com aquilo que sempre pensou sobre a matéria". Marcelino, por seu lado, assumiu ter pedido liberdade de voto a Assis e sublinhou que a sua iniciativa não foi uma surpresa: "Votei em conconância com aquilo que foi a decisão do líder parlamentar."

Apesar dos apelos de Assis e de Sócrates para se valorizar o que unia a esquerda ("esta é uma lei que se destina a unir, não a dividir a sociedade", frisou Sócrates), o BE, o PEV e até o CDS não desarmaram com a adopção e a eventual inconstitucionalidade da proposta governamental. Sócrates ignorou ostensivamente o assunto, apesar das insistentes perguntas.
Optou por dar sempre a mesma resposta: distinguiu o casamento gay da adopção e lembrou que o compromisso eleitoral do PS se limitava apenas à primeira proposta. José Manuel Pureza, líder da bancada do BE, que acusou o Governo de acabar com uma discriminação e criar outra, perguntou mesmo se a lei não seria um convite aos futuros casais para se divorciarem na eventualidade de quererem adoptar uma criança.
Este foi dos momentos mais vivos da discussão, na qual o PCP se destacou por uma atitude discreta. O bulício aconteceu também na troca de palavras entre Teresa Morais, do PSD, e o socialista Duarte Cordeiro. Este classificou o projecto social-democrata como "discriminatório" e "juridicamente aberrante". "Não resolvem nenhum problema de desigualdade, acentuam a homofobia. Vocês estão no século XX", lançou. A refutação de Teresa Morais não se fez esperar. Mas a deputada foi breve: classificou de "descontrolado" o tom utilizado por Cordeiro e ainda lhe apontou "falta de estudos".
A intervenção de Miguel Vale de Almeida era um dos momentos mais aguardados. O seu discurso, centrado na defesa dos direitos humanos e na importância do casamento gay enquanto "gesto emancipatório", valeu-lhe a maior ovação. Num registo pedagógico, o único deputado assumidamente gay terminou notando que o arco-íris da bandeira do movimento LGBT "será também símbolo da nossa República".

Palavras para quê??? Basta ler para perceber em que estado estamos como nação...
Aguardo os Vossos comentários

O Centro Neutro

Informação retirada no Jornal Público de 9 de Janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Casamento gay - "O direito ao voto"


Olá a todos que me têm seguido até aqui, desejo-vos desde já um óptimo ano de 2010... Sei que tenho estado um pouco ausente, mas deve-se ao facto de achar que nada havia a falar de novo...

Hoje decidi "findar" os artigos sobre este tema que muita tinta tem feito escorrer.

Quarta-feira passada houve uma reunião em S. Bento, que juntou ao almoço o secretário-geral socialista, o líder do grupo parlamentar do PS, Francisco Assis e a restante direcção da bancada. Almoço esse que deixará sequelas nas relações entre a bancada do PS e o primeiro-ministro José Sócrates.
O encontro foi prolongado e tenso, de acordo com os relatos feitos por membros da direcção parlamentar, com Sócrates a travar a intenção de liberdade de voto, que, recorde-se, chegou a ser admitida publicamente por Assis. "Nem sempre À consonância entre mim e o secretário-geral", assumiu ontem o líder da bancada em declarações aos jornalistas no Parlamento.
O almoço serviu para debater a liberdade de voto do PS face aos diplomas do BE e do PEV, que prevêem nos seus projectos a possibilidade de os novos casais adoptarem crianças. Mas Sócrates impôs a sua decisão: haverá disciplina de voto para todos os projectos em votação, incluindo a petição que propõe o referendo.
O Líder do PS admitiu, porém, duas excepções: dará liberdade de voto aos deputados Sérgio Sousa Pinto e Duarte Cordeiro, que sempre destacaram pela defesa do casamento gay e do acesso à adopção. Refira-se que, ao lado de Sousa Pinto e Cordeiro, os diplomas do BE e do PEV acolherão também os votos favoráveis de 3 deputados independentes eleitos pelo PS: Miguel Vale de Almeida, João Galamba e Inês de Medeiros.
No encontro com Sócrates ficou ainda estabelecido que todos os deputados devem comparecer ao debate e que as eventuais ausências terão de ser criteriosamente analisadas e justificadas. Esta preocupação do líder socialista prende-se com o receio de que a bancada do PS apresenta lugares vazios na votação que decorreu hoje. Pelo menos uma dezena de parlamentares deram sinais, nas últimas semanas, de querer reservar-se o direito de não votarem a proposta do Governo.
A direcção da bancada iniciou diversas diligências para que todos os deputados estejam presentes no debate, transmitindo a mensagem de que é necessário apresentar coesão interna. Isto mesmo foi comunicado quarta-feira aos socialistas, numa reunião que já se previa agitada.
A proposta do Governo tem já garantias a aprovação do PCP e do PEV. Os bloquistas, porém, vão manter o suspense sobre o seu sentido de voto. A reprovação não é equacionada, mas a bancada pode abster-se.
Na reunião do grupo parlamentar, quinta-feira de manhã, ficou decidido a orientação de voto. De acordo com as contas feitas pelo BE, a abstenção pode acontecer se faltarem, pelo menos, seis deputados do PS. Se essas ausências se confirmarem, o BE não deixará de aprovar o projecto do Executivo. Até porque o bloco sabe que na bancada do PSD apenas um deputado (José Eduardo Martins) confirmou votar a favor dos diplomas do Governo, BE e PEV, e os bloquistas não querem ficar com o ónus de serem responsáveis pelo chumbo da legalização do casamento gay.
Na eventualidade de os socialistas assegurarem a aprovação só com os votos do PEV e PCP, o BE pode mesmo abster-se, manifestando assim a sua rejeição de uma proposta que, acusam, cria uma nova discriminação ao excluir os casais homossexuais de acederem à adopção.

Irei escrever amanhã o resultado da votação, que já a sabemos...

Pena que num país que se considera democrata, não haja liberdade de voto, liberdade de pensamento, liberdade de expressão como bem se vê neste artigo...
Fico também triste por ver que o referendo foi recusado num problema que se diz ser "social", em que ninguém está interessado em saber qual é a nossa opinião.
Ainda temos nós o sonho, de que o nosso voto é uma arma? É a forma que temos de ser ouvidos e de mostrar o nosso desagrado?... num país em que é o próprio primeiro-ministro que tira esse mesmo direito aos seus deputados.

Não se enganem, é o país em que vivemos... Apenas fico contente por saber que Portugal é pequenino, pois se o nosso primeiro-ministro tivesse à frente de um país com poder de decisão... Nem quero imaginar o que poderia acontecer, mesmo assim temos sorte.

O Centro Neutro

Informação retirada do Jornal Público de 7 de Janeiro de 2010
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